TUDO ME DIZ ONDE PARAR
papéis têm pautas
vias têm faixas
corpos têm medidas
no descampo aberto
largo
a árvore só
única no meio do pasto
vê tão circunstantes
as bordas da existência
sem sermos mais que nós
nada de nós emana
nada alcança alguém
sem sabor sem cor sem
odor nem fedor
apenas uma alma em
bastão
sem ódio sem humor sem
nem tristezas interessantes
incapaz sequer de um
pum
ergue-se o muro da
indolência
com tijolos de apatia
e argamassa de torpor
perde-se a ceifa por se
estar sempre em atraso
a vida prossegue por
obra do ócio
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