CEGA CEGUEIRA
vida
ignorância sem saída
a casa de portas
escancaradas
gritos
lágrimas
olha lá
mudou porra nenhuma
morre-se aos montes no
mundo
solidão sem solução
no meio do imenso amontoado
de gente
transbordando pelas
calhas da casa
sem nem uma cadeira
mísera
pra sentar e esperar
esperar esperar
até nunca vir
e tome espera
e adivinha o que mais
isso mesmo
cansei de repetir o
nome do fato
mas o fato não se cansa
de se repetir
pés juntos no revertere
ad locum tuum
em paz comendo grama
pela raiz
fato certo a termo
indeterminado
cada dia dia menos
até que se fecha a
tampa